OS ADVOGADOS DE LULA SÃO MUITO BONS
O Dr. Raimundo Viana, meu professor de DPP na UFBa, comentou, certa feita em sala de aula, que “o primeiro inimigo do advogado é o cliente”. Porque este vai pensando “esse advogado vai me roubar” e coisas assemelhadas. Muitas vezes, as narrativas dos fatos pelos clientes não são completas ou omitem verdades. Contou que ao defender um acusado de homicídio no Tribunal do Júri, fundamentado na tese de inocência, sentiu-se frustrado pela condenação do seu cliente a 12 anos de prisão. Surpreso ficou depois, ao esperar reação negativa do condenado, ter recebido elogio traduzido nas palavras: - “Doutor, quase o senhor me convence que eu era inocente”.
No caso de Lula (que se diz tb inocente), os advogados fizeram o impossível para defender essa tese (inocência). São profissionais de competência invejável. Não um profissional mas toda uma bela equipe da mais alta qualidade. Até ex-ministro do Supremo (Sepúlveda Pertence) faz parte dela. E mesmo assim Lula, igualmente ao homicida “inocente” defendido pelo Professor Raimundo Viana, teve pena condenatória de 12 anos de prisão. E ainda, no caso do ex-presidente, muitos integrantes dos tribunais julgadores foram indicados por ele ou sua sucessora. Fica difícil imaginar que as provas apresentadas nos autos processuais não sejam robustas para justificar a condenação. Não há de se falar em parcialidade de um juiz já que a condenação foi até aumentada pelo órgão colegiado (TRF4). E a que se atém agora a excelsa defesa? Não mais só ao mérito, mas a brechas fantasiosas no rito processual que poderiam, ao menos, se não capaz de suspender a aplicação da pena ao réu condenado, procrastinar o trânsito em julgado, em prejuízo aos princípios da economia e da celeridade processual, pelos sucessivos recursos às instâncias superiores.
Os advogados de Lula são brilhantes. Brilhante também foi o professor Raimundo Viana na defesa do seu cliente. Diferença se faz no comportamento dos condenados, à posteriori: o réu homicida se mostrou satisfeito com a pena já que admitiu não ser inocente; já no caso do Lula alguém de sã consciência acredita que algum dia ele admitirá? É um caso patológico que transcende às possibilidades atribuídas aos simples mortais. Lula acredita que ele é o Messias (não o “Bessias” mensageiro da Dilma). Mas que seus advogados são competentes ninguém pode duvidar.